Atores e equipe comentam a importância do filme para o Brasil e a expectativa de uma indicação ao Oscar.
Nesta quinta-feira (7), o filme “Ainda Estou Aqui” chega aos cinemas brasileiros, trazendo um enredo poderoso sobre resistência e memória histórica. Adaptado do livro de Marcelo Rubens Paiva, o filme destaca o contexto da ditadura militar no Brasil, abordando as consequências desse período sombrio com foco nos personagens de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, e Rubens Paiva, vivido por Selton Mello.
Refletir sobre democracia e autoritarismo
Segundo Fernanda Torres, “Ainda Estou Aqui” busca transmitir aos jovens brasileiros, que não viveram os anos de repressão, uma visão clara sobre os riscos de governos autoritários. A atriz explica que o filme apresenta a democracia como imperfeita, mas insubstituível. Ela reforça:
“A democracia não resolveu tudo, mas é o melhor que temos”.
Esse alerta é importante num momento em que, para muitos, a democracia parece incapaz de resolver problemas como desigualdade e violência. Torres acrescenta que o filme ajuda a compreender a realidade cruel de viver sob um governo autoritário, ilustrando a história de Eunice Paiva, que se transformou numa defensora dos Direitos Humanos após o desaparecimento do marido na ditadura.
Chances reais para indicação ao Oscar
Premiado no Festival de Veneza, o filme tem sido apontado por críticos como um dos favoritos para uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Publicações como a revista Variety destacam a produção brasileira e apontam Fernanda Torres e o diretor Walter Salles como candidatos ao prêmio. Apesar da euforia, Torres ressalta:
“Se não vier o prêmio, o filme não perde seu valor. Ele já é um grande acontecimento para o Brasil.”
Safra de filmes brasileiros em destaque
Para Selton Mello, a estreia de “Ainda Estou Aqui” marca um momento especial para o cinema brasileiro.
“Só de termos essa renovação, com filmes premiados em festivais internacionais, já é motivo de orgulho”, comenta ele, citando outras produções nacionais que também brilharam este ano, como “Baby”, de Marcelo Caetano, e “Malu”, de Pedro Freire.
Além de atuar em “Ainda Estou Aqui”, Mello está entusiasmado com o retorno de outra produção de peso: “Auto da Compadecida 2”, previsto para 25 de dezembro. Para ele, a nova fase do cinema brasileiro simboliza uma reconexão do público com as histórias nacionais e reforça o prestígio das produções brasileiras.