Valeriana, com templos, arena de jogos e até reservatório de água, é uma das maiores cidades maias já mapeadas.
Arqueólogos descobriram uma gigantesca cidade maia chamada Valeriana, oculta sob a densa selva do estado de Campeche, México. A descoberta inclui templos piramidais, uma arena de jogos, calçadas e reservatórios de água, e foi possível graças à tecnologia Lidar, um método de sensoriamento remoto a laser que revela estruturas escondidas sob a vegetação.
Essa cidade, que pode ter abrigado entre 30 mil e 50 mil pessoas em seu auge, é a segunda maior descoberta na região, perdendo apenas para Calakmul.
Revolução do Lidar nas Descobertas Arqueológicas
A tecnologia Lidar tem revolucionado as pesquisas arqueológicas nas áreas tropicais, onde a vegetação densa dificulta a exploração tradicional. Luke Auld-Thomas, estudante de doutorado que encontrou a cidade, explica que se deparou com os dados por acaso, durante uma pesquisa online.
Com a análise do Lidar, ele e sua equipe identificaram 6.764 construções em Valeriana, incluindo duas praças principais e diversas pirâmides, que provavelmente foram usadas para cerimônias e como locais de sepultamento.
Essa descoberta desafia a ideia de que as regiões tropicais eram inóspitas para civilizações complexas. Segundo o professor Marcello Canuto, coautor da pesquisa, Valeriana demonstra que os trópicos também foram lar de culturas sofisticadas e densamente povoadas.
Colapso das Cidades Maias: Seca e Superpopulação
Especialistas acreditam que o colapso das civilizações maias no século IX d.C. foi intensificado pela seca e pela alta densidade populacional:
“A falta de flexibilidade para lidar com mudanças climáticas deve ter causado migrações e colapso das estruturas sociais,” diz Auld-Thomas.
A guerra e as conquistas espanholas no século XVI também contribuíram para o abandono das cidades-Estado maias. A pesquisa, publicada na revista Antiquity, é um marco que levanta novas questões sobre a amplitude e complexidade das civilizações maias.
Veja mais sobre essa descoberta em uam reportagem gringa da BBC: