Mesmo com incertezas fiscais, economistas apontam que o câmbio atual reflete exageros especulativos e pode recuar com ajustes no horizonte.
A recente valorização do dólar, que ultrapassou a marca de R$ 6,20, acendeu um alerta no mercado financeiro. Embora o movimento seja parcialmente explicado pelas incertezas em torno do ajuste fiscal no Congresso, especialistas apontam que a cotação atual está fora de sintonia com os fundamentos econômicos do país.
O impacto da especulação, somado à disseminação de notícias falsas, inflou a desvalorização do real, gerando um cenário que não reflete as projeções para os próximos anos. Economistas acreditam que o avanço de medidas como os cortes de gastos e a reforma tributária poderá estabilizar a moeda.
Projeções da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para 2025 indicam um dólar mais controlado, próximo de R$ 5,70, com melhora na confiança do mercado. Porém, até lá, o caminho depende diretamente da capacidade do governo de avançar com as reformas necessárias.
Especulação e fake news no centro da alta
Além das preocupações fiscais, fatores como notícias falsas sobre o próximo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, têm contribuído para inflar a desvalorização do real.
A Advocacia-Geral da União (AGU) já acionou a Polícia Federal para investigar a disseminação de informações que impactaram negativamente a percepção do mercado.
Apesar disso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta que, em 2025, o dólar deve ficar em torno de R$ 5,70, com crescimento de 2,4% no PIB e a taxa Selic em 12,75%.
“Com a aprovação dos cortes de gastos, o risco fiscal deve reduzir, permitindo uma reversão do câmbio ao longo do ano”, explicou o economista Mário Sérgio Telles, da CNI.
O papel do ajuste fiscal na estabilização
A proposta de ajuste fiscal, que inclui cortes de gastos e uma reforma tributária planejada para aumentar receitas, é vista como crucial para conter a volatilidade.
Segundo analistas, a consolidação dessas medidas poderá melhorar a confiança no mercado, trazendo estabilidade ao câmbio e reduzindo o impacto de especulações.
A valorização do dólar em 2024 já era esperada, mas o patamar atual no Brasil, liderando a desvalorização global, é amplamente considerado excessivo. Aguardam-se os próximos passos do governo e do Congresso para decidir os rumos dessa turbulência econômica.
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