Lucro da Caixa chega a R$ 3,2 bilhões no 3º trimestre, impulsionado por crédito imobiliário e setor agro
Em seu balanço do terceiro trimestre, a Caixa Econômica Federal revelou um lucro líquido recorrente de R$ 3,263 bilhões. Um crescimento modesto, de 0,7% comparado ao mesmo período de 2023. Para um banco público do porte da Caixa, eu esperava mais impulso – ainda mais em um mercado onde a busca por crédito e investimentos em habitação seguem aquecidos.
A Caixa, que tem R$ 1,209 trilhão em carteira de crédito, até teve ganhos, mas será que este ritmo de crescimento é sustentável?
Crédito imobiliário e agronegócio puxam os resultados
A liderança é clara: o crédito imobiliário responde por R$ 812,152 bilhões, com alta de 14,7% em relação a 2023. Ou seja, o brasileiro ainda está financiando a casa própria, e a Caixa se beneficia desse movimento. Já o agronegócio, o segundo maior setor de crescimento, avançou 13,8%, somando R$ 59,574 bilhões.
Estes setores garantem uma base sólida, mas a carteira de crédito para pessoas físicas recuou 1,4%, somando R$ 133,198 bilhões – um reflexo da desaceleração no consumo das famílias, o que deixa a Caixa mais dependente de um portfólio específico.
Mais sobre a Caixa:
Inadimplência: alerta em meio ao lucro
Agora, há um ponto que ninguém pode ignorar: a inadimplência. A taxa de atrasos acima de 90 dias está em 2,27%, levemente melhor que o ano passado. Mas a situação para pessoas jurídicas é crítica, com uma inadimplência de 7,77%.
A inadimplência baixa no crédito imobiliário (1,42%) é um alívio, mas não deixa de ser preocupante que um setor essencial como o agronegócio tenha saltado de inadimplência para 3,35%, um aumento de 2,61 pontos percentuais em um ano.
Com R$ 1,196 trilhão em ativos, a Caixa segue poderosa, mas a margem financeira bruta em queda de 0,2% me preocupa. Afinal, até onde a Caixa consegue crescer sem ampliar os riscos? Essa é a pergunta que precisa de resposta nos próximos balanços.
Dicas pra entender como investir na Caixa: