Grupo de dançarinos fantasiados conquista popularidade mundial, trazendo alegria às ruas do Brasil com suas coreografias inusitadas e estilo único
Tudo começou como uma brincadeira em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Um grupo de dançarinos, fantasiados de personagens como Fofão, Super Mario e Capitão América, resolveu animar as ruas e festas da cidade, sempre acompanhados por um trenzinho todo iluminado com luzes neon. O que eles não imaginavam é que, em pouco tempo, suas performances cheias de humor e coreografias ganhariam a internet.
A Carreta Furacão logo virou um fenômeno, com vídeos amadores de suas apresentações sendo compartilhados e viralizando nas redes sociais. Em 2011, o grupo explodiu quando suas danças ao som de hits como “Lisztomania”, da banda Phoenix, começaram a fazer sucesso no YouTube.
Desde então, o grupo se tornou parte da cultura pop brasileira e chamou atenção até da imprensa internacional, como o The New York Times, que veio ao Brasil para descobrir mais sobre esse grupo tão autêntico.
A música que embalou o sucesso: “Lisztomania”
O sucesso da Cerreta nas redes sociais também está diretamente ligado à popularidade renovada de “Lisztomania”. A música da banda Phoenix, lançada em 2009, ganhou um novo fôlego quando foi usada em um vídeo do grupo, fazendo suas icônicas coreografias nas ruas do Brasil.
A mistura entre a batida animada da faixa e o humor único das performances fez o vídeo viralizar, fazendo do hit da banda francesa uma espécie de trilha sonora não oficial do grupo. O impacto foi tão grande que a música voltou a ser popular, ficando associada à energia e irreverência da Carreta Furacão.
A realidade por trás das performances
Apesar do sucesso e da alegria que proporcionam, os integrantes da Carreta Furacão enfrentam uma rotina intensa. Os dançarinos, geralmente jovens de bairros periféricos, trabalham seis dias por semana e percorrem cidades do interior, muitas vezes por um salário mínimo. Para muitos, a carreta se torna uma alternativa ao crime e oferece uma oportunidade de fazer algo positivo, mesmo que em condições desafiadoras.
Segundo reportagem do The New York Times, a realidade dos dançarinos é bastante precária, mas para muitos deles, a Carreta representa uma forma de escape e um porto seguro. A dedicação dos jovens é visível em suas apresentações. Eles treinam coreografias durante a semana e fazem performances ao vivo entre sexta e domingo, sempre buscando tirar gargalhadas e divertir o público.
O caso Fonfon: Batalha judicial por direitos autorais
Apesar de toda a fama, a Carreta Furacão também enfrentou desafios ao longo do caminho. Uma das principais polêmicas envolve o uso do personagem Fonfon, uma paródia do famoso Fofão, criado pelo humorista Orival Pessini nos anos 1980. Após a morte de Pessini em 2016, seus herdeiros processaram o grupo, alegando que o Fonfon seria uma “cópia mal feita” do personagem original.
A família chegou a pedir uma indenização de R$ 500 mil por violação de direitos autorais, e a Justiça decidiu que o grupo não pode mais usar o personagem sem autorização. Em defesa, a Carreta Furacão argumenta que o Fonfon é uma paródia, o que estaria dentro da lei, já que possui características diferentes do Fofão original. A disputa segue na Justiça, mas mantém o grupo em destaque na mídia.
Goku atropelado: Quando acidentes viram meme
Além das questões judiciais, alguns acidentes também colocam a Carreta Furacão no centro das atenções. Um caso curioso aconteceu em maio de 2024, quando o Goku, um dos personagens mais populares do grupo, foi atropelado por uma moto durante uma apresentação em Papagaios, Minas Gerais. O momento foi gravado e logo se espalhou nas redes sociais, gerando uma mistura de preocupação e memes entre os fãs.
No vídeo, dá para ver o Goku tentando sair da frente da moto em alta velocidade, mas ele acaba sendo atingido e caindo no chão. Apesar das imagens terem viralizado, pouco se sabe sobre o estado de saúde do dançarino, e não houve um registro oficial do acidente pelas autoridades. Esse episódio só aumentou a visibilidade do grupo e mostrou que, mesmo em momentos difíceis, o grupo continua sendo assunto online.
Carreta Furacão: do interior do Brasil para o mundo
A Carreta Furacão, com toda a sua irreverência, continua mostrando que a cultura de rua pode ser vibrante e surpreendente. Seja pelas danças nas esquinas ou pelas polêmicas e desafios que enfrentam, o grupo nos lembra que a alegria e o improviso podem ser tão poderosos quanto os projetos mais estruturados. E talvez seja exatamente essa capacidade de transformar o cotidiano em espetáculo que torna a Carreta Furacão algo tão especial – uma viagem sem destino certo, mas sempre bem-humorada.