Podcasts na mira: Constrangimentos com famosos denunciam fenômeno nunca visto antes

Podcasts na mira: Constrangimentos com famosos denunciam fenômeno nunca visto antes

Constrangimento deflagrado nas últimas semanas, a internet vem sendo palco de uma série de embaraços em podcasts, onde os entrevistadores demonstram pouco ou nenhum conhecimento sobre a vida dos convidados. Esses episódios constrangedores são fruto da explosão do gênero e revelam um mundo preguiçoso e desinteressado nos quais vivemos condicionados hoje. Mas nem todo mundo pensa assim.

As Guimarães deram a deixa

O interesse mais focalizado para este problema começou com a atriz Ingrid Guimarães. Durante sua participação no programa Sem Censura, comandado por Cissa Guimarães na TV Brasil, criticou os entrevistadores que não se preparam adequadamente para as entrevistas. Ela expressou sua frustração dizendo:

“Estou cansada de ir em podcast que ninguém conhece o teu passado, ninguém pesquisa.”

Antes disso, elogiou Cissa e afirmou estar contente por notar que a apresentadora “fez o dever de casa”. Esse comentário acendeu um debate importante sobre a qualidade das entrevistas em podcasts.

Várias Queixas

O comentário infame de Ingrid foi a ponta do iceberg. Logo, outros casos vieram à tona através das redes, sendo alvo de críticas. Isabelle Nogueira, por exemplo, cunhã-poranga do Garantido e terceira colocada do BBB 24. As apresentadoras do PodDelas não sabiam sequer qual boi  ela representava. Situações com Luana Piovani também foram relatadas por internautas.

Em outro canal, os apresentadores do PodPah receberam os humoristas Dani Calabresa e Fábio Porchat para divulgar um filme que eles sequer tinham assistido, tampouco demonstraram conhecimento mais a fundo sobre a carreira de ambos. Wagner Moura, uma das maiores estrelas do cinema nacional, também passou por situação semelhante frente a Igão e Mitico.

Entrevistadores x Podcasters

Mas nem tudo é consenso. O influenciador Felipe Neto saiu em defesa do PodPah, argumentando que o formato do programa não é pensado para ser uma entrevista formal e, portanto, não exige que os entrevistadores tenham “qualidade técnica”. Neto afirmou que há espaço para todos os formatos e comparou as críticas aos podcasts com o ódio enfrentado pelos youtubers no passado. 

Chico Barney, do Splash UOL, também defendeu o formato, alegando que os entrevistados famosos estão acostumados a serem mimados, e que esta é uma maneira de mostrar seu trabalho para um público que talvez não os conheça, rompendo bolhas e acessando outros nichos. 

Relembrou os tempos de Jô Soares, cujos encontros pareciam muito mais um briefing, nos quais o apresentador era mero instrumento, um guia para as coisas que o convidado gostaria de dizer.

Rumo à Matrix

De qualquer forma, o debate é rico e proveitoso. A internet, mãe da cibercultura, nos mostra um mundo plural e com uma enorme variedade de informação acessível. Ao mesmo tempo, condiciona a um comportamento preguiçoso e pouco pró-ativo dos seus usuários, algo agravado pelas redes sociais e pelo foco em auto-promoção.

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