Lista da Forbes surpreende por nao apresentar influenciadores brasileiros

Nem Deolane, nem Virgínia! Quem são os 10 Influenciadores mais bem pagos do mundo?

MrBeast, Charli D’Amelio e outros criadores que faturaram milhões em um ano com conteúdos virais e negócios próprios

No universo dos influenciadores digitais, o sucesso vai muito além de popularidade ou curtidas. Hoje, criadores de conteúdo são capazes de construir impérios multimilionários e se tornarem nomes poderosos no entretenimento global. A lista Top Creators da Forbes de 2024 revela alguns dos maiores influenciadores do planeta, que, juntos, faturaram US$ 720 milhões (cerca de R$ 4 bilhões) no último ano. Com públicos fiéis e marcas poderosas, esses criadores aproveitam as redes sociais para se conectar com milhões de seguidores e conquistar uma parcela significativa do mercado digital.

A lista de 2024 traz desde youtubers a podcasters e comediantes, que usaram plataformas como YouTube, TikTok e Instagram para crescer. MrBeast, conhecido pelos vídeos extremos e pelos desafios de altíssimo custo, lidera o ranking com um faturamento de impressionantes US$ 85 milhões. Entre as mulheres, a tiktoker Charli D’Amelio é a melhor posicionada, em quarto lugar. Abaixo, você conhece um pouco mais sobre cada um dos Top 10 e descobre por que o Brasil não aparece na lista.

1. MrBeast – US$ 85 milhões (R$ 485 milhões)

Jimmy Donaldson, conhecido pelo nome artístico MrBeast, é o maior nome do YouTube hoje. Aos 26 anos, o americano conquistou o público com uma fórmula que combina desafios radicais, filantropia e altos prêmios em dinheiro. Seus vídeos, que podem custar milhões para serem produzidos, atraem visualizações em massa.

Em um dos vídeos, MrBeast mostrou um trem caindo em um buraco gigante, atingindo mais de 150 milhões de visualizações. Com 503 milhões de seguidores e engajamento de 2,38%, o influenciador reinveste boa parte do lucro em novos conteúdos. O segredo? Aumentar as apostas a cada vídeo, mantendo seu público sempre curioso.

2. Dhar Mann – US$ 45 milhões (R$ 257 milhões)

Dhar Mann usa o poder do storytelling para abordar temas sensíveis como bullying, racismo e desigualdade social. Filho de imigrantes indianos, Dhar iniciou a carreira como empreendedor e hoje tem uma equipe de mais de 150 pessoas, produzindo curtas com roteiros inspirados em problemas cotidianos.

Além das parcerias com grandes marcas, como WhatsApp e Universal, o influenciador é dono da marca de cosméticos LiveGlam, de onde vem parte de seu faturamento. Seu conteúdo é voltado para mensagens inspiradoras, e sua audiência — de 120 milhões de seguidores com engajamento de 0,33% — é fiel ao estilo.

3. Matt Rife – US$ 50 milhões (R$ 285 milhões)

Matt Rife é o comediante do momento. Seus vídeos de stand-up explodiram no TikTok em 2022, e desde então ele lota casas de shows com seu humor irreverente. Embora tenha sido criticado por algumas piadas polêmicas, Rife não perdeu espaço, sendo contratado pela Netflix para dois especiais de comédia.

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Ele acumula 30,4 milhões de seguidores e engajamento de 3%, mostrando que o humor ainda é uma das áreas mais rentáveis para criadores de conteúdo.

4. Charli D’Amelio – US$ 23,5 milhões (R$ 134 milhões)

Com apenas 20 anos, Charli D’Amelio se destaca entre as mulheres na lista. A jovem americana conquistou 213,5 milhões de seguidores e ficou famosa por suas danças no TikTok. Ao lado da irmã, Dixie D’Amelio, Charli fundou uma empresa familiar para gerenciar seus contratos e marcas próprias, que incluem desde produtos de skincare até calçados.

Seu engajamento é relativamente baixo, 0,27%, mas seu alcance e influência são inegáveis.

5. Stokes Twins – US$ 20 milhões (R$ 114 milhões)

Os gêmeos idênticos Alex e Alan Stokes viralizaram com vídeos de pegadinhas e desafios. Combinando humor e aventura, os Stokes Twins acumulam 113,7 milhões de seguidores e um dos melhores índices de engajamento, 3,09%. Embora estejam em alta hoje, eles enfrentaram problemas em 2020, quando foram acusados de simular um roubo a banco em um vídeo. Após negociações judiciais, receberam penas leves e puderam continuar com suas atividades no YouTube.

6. Dixie D’Amelio – US$ 14,6 milhões (R$ 83 milhões)

Dixie D’Amelio, irmã mais velha de Charli, ganhou fama com o TikTok e hoje tem parcerias com grandes marcas de moda, como Valentino e Louis Vuitton. Dixie também tenta a carreira musical, lançando singles como “Be Happy”, que já foi ouvido 100 milhões de vezes no Spotify. Aos 23 anos, a influenciadora segue expandindo suas colaborações no mundo da moda e da música, com 87 milhões de seguidores e engajamento de 1,88%.

7. Mark Rober – US$ 25 milhões (R$ 143 milhões)

O ex-engenheiro da NASA Mark Rober usa o YouTube para explorar a ciência de forma criativa e envolvente. Com vídeos que testam teorias inusitadas, como a comparação entre a acidez e a lava, ele mantém uma audiência fiel de 61,9 milhões de seguidores e um engajamento de 2,09%. Rober é um dos poucos na lista com mais de 40 anos e fatura não só com visualizações, mas também com uma linha de produtos educativos.

8. Alex Cooper – US$ 22 milhões (R$ 125,6 milhões)

Alexandra Cooper, do podcast Call Her Daddy, transformou seu programa sobre relacionamentos e sexualidade em uma referência cultural. Com 5,7 milhões de seguidores e um engajamento altíssimo de 6,5%, Cooper fechou contratos milionários com o Spotify e o SiriusXM, garantindo um faturamento sólido e consolidando sua marca como um dos maiores podcasts de 2024.

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9. Rhett & Link – US$ 36 milhões (R$ 205,5 milhões)

Com mais de uma década de sucesso no YouTube, Rhett & Link se especializaram em vídeos de humor e curiosidades. Os amigos têm uma base de 14,3 milhões de seguidores e diversificaram sua atuação com um podcast, loja de produtos e uma série de programas na plataforma. Engajamento de 0,25%, mas sua presença e fidelidade do público garantem a relevância.

10. Khaby Lame – US$ 20 milhões (R$ 114 milhões)

Khaby Lame, o “rei do TikTok”, usa o humor mudo para comentar de forma divertida sobre memes e situações cotidianas. Com 255 milhões de seguidores, ele mantém uma carreira focada na comédia visual e interage com o público de maneira única, sem dizer uma palavra. O influenciador alcança pessoas no mundo todo, inclusive no Brasil, onde já gravou com o Luva de Pedreiro.

Ausência de influenciadores brasileiros é sentida

É surpreendente não ver influenciadores brasileiros na lista, considerando o tamanho e a força do mercado de criadores digitais no Brasil. Alguns dos maiores nomes brasileiros, como Felipe Neto, Whindersson Nunes e Virginia Fonseca, têm milhões de seguidores e uma influência enorme, mas ainda não alcançaram os números ou as parcerias globais de figuras como MrBeast e Charli D’Amelio.

A principal razão parece ser a barreira linguística. Os influenciadores dos Estados Unidos têm acesso a uma audiência global, que compreende e consome seu conteúdo em inglês, enquanto muitos influenciadores brasileiros falam principalmente para o público local. Embora o Brasil invista pesado na produção de conteúdo e em redes sociais, a língua ainda limita o alcance internacional.

Por outro lado, o mercado brasileiro é reconhecido pela alta taxa de engajamento e pelo investimento das empresas em parcerias e publicidade. Mesmo com essa limitação, o Brasil continua sendo um dos mercados mais ativos e influentes em redes sociais, e é provável que, no futuro, vejamos criadores brasileiros no ranking global. Afinal, se há um mercado que investe e valoriza a cultura digital, é o nosso.