Robô do filme Metropolis é um clássico atemporal

5 Filmes de robôs do século passado: Quando a ficção chegou perto da realidade 

Conheça 5 filmes de robôs que marcaram o século XX, trazendo questionamentos sobre tecnologia e aproximando a ficção do nosso cotidiano atual 

A ideia de máquinas inteligentes e robôs capazes de desafiar as barreiras da humanidade sempre fascinou o cinema. Desde os primórdios do século XX, filmes sobre robôs nos fazem imaginar um futuro movido a tecnologias avançadas. Mas o que torna essas obras tão especiais é a forma de capturar o espírito de cada época, mesmo quando a tecnologia real estava longe de se aproximar das fantasias da tela.  

Vamos explorar alguns dos principais filmes de robôs que marcaram o século passado, e ver o que a ficção acertou – ou não – sobre o futuro. 

Metropolis (1927): A revolução do cinema mudo 

Começando lá em 1927, Metropolis foi uma obra-prima de Fritz Lang, um filme que praticamente criou o gênero de ficção científica no cinema. Em uma época em que a tecnologia era limitada a rudimentares carros e telefones, Lang imaginou um futuro distante, onde uma cidade futurista é sustentada pelo trabalho árduo dos operários que vivem no subterrâneo.  

No topo, a elite vive uma vida de luxo e abundância. A figura central da história é uma andróide chamada Maria, que é criada para manipular os trabalhadores e controlar a revolta deles. 

O pioneirismo de Metropolis está em sua ousadia de imaginar um futuro em que máquinas e robôs desempenham um papel essencial na sociedade, mesmo que naquele tempo a palavra “robô” fosse praticamente desconhecida do grande público. O filme contou com efeitos visuais inovadores para a época, usando miniaturas e maquetes para criar a grandiosidade da cidade.  

Curiosamente, o diretor via o filme como um alerta contra a industrialização descontrolada. Hoje, suas preocupações ressoam em discussões sobre automação nas indústrias e desigualdade social. 

Blade Runner (1982): O futuro distópico que chegou cedo demais 

Pulando para 1982, temos Blade Runner, dirigido por Ridley Scott, uma produção que definiu a estética do futuro distópico. Ambientado em uma Los Angeles chuvosa e repleta de neon em 2019 (que agora já faz parte do passado!), o filme apresenta replicantes – androides quase idênticos aos humanos – que são caçados por agentes conhecidos como blade runners. A trama segue Rick Deckard e seu dilema em enfrentar replicantes que querem apenas viver mais. 

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A estética do filme marcou época, com uma mistura de futurismo sombrio e referências ao noir clássico. A influência do filme no cinema e na cultura pop foi tão profunda que a sequência, Blade Runner 2049, chegou em 2017 como uma homenagem ao original, mas com uma narrativa expandida. Dirigida por Denis Villeneuve, a continuação trouxe novos dilemas existenciais e um visual ainda mais grandioso. 

Atualmente, temas como inteligências artificiais que aprendem e manipulação genética estão em destaque, aproximando a ficção de nossa realidade. 

O Exterminador do Futuro (1984): Quando a ameaça era real 

Em 1984, o cinema de ação e ficção científica foi redefinido por O Exterminador do Futuro, dirigido por James Cameron. Com um orçamento relativamente modesto, o filme contava a história de um robô assassino, interpretado por Arnold Schwarzenegger, enviado do futuro para eliminar Sarah Connor, a mãe do futuro líder da resistência humana contra as máquinas

O sucesso do filme foi imediato, não só pela história que contava, mas pelos efeitos visuais e o conceito inovador de um ciborgue que era implacável e quase indestrutível. A frase “I’ll be back” (Eu voltarei) virou um bordão, repetido até hoje, assim como o próprio T-800, que se tornou um ícone da ficção científica. 

A ideia de máquinas que se voltam contra seus criadores levantou questionamentos que ainda hoje são discutidos, como os riscos da automação e dos sistemas de inteligência artificial que podem agir de forma autônoma

RoboCop: A saga do policial ciborgue nos anos 90 

A saga RoboCop começou em 1987, mas seus desdobramentos nos anos 90 continuaram explorando a fusão entre homem e máquina. RoboCop 2 (1990) e RoboCop 3 (1993) aprofundam a trajetória de Alex Murphy, um policial que, após ser gravemente ferido, é transformado em ciborgue para combater o crime em uma Detroit distópica. No segundo filme, ele enfrenta um novo adversário robótico ainda mais letal, enquanto o terceiro foca na resistência civil contra a corporação que controla a cidade. 

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Uma característica que marcou a saga foi seu tom sombrio e suas cenas de ação, além de tocar em temas sociais como o poder corporativo, a militarização da polícia e o impacto da tecnologia no controle social. Atualmente, a automação e o uso de drones em atividades de segurança mostram que, de certa forma, a visão dos criadores de RoboCop estava à frente de seu tempo

O Homem Bicentenário (1999): As emoções de um robô  

Em 1999, O Homem Bicentenário, estrelado por Robin Williams e dirigido por Chris Columbus, trouxe um tom mais emocional à narrativa dos robôs. A história acompanha Andrew, um robô que ao longo de 200 anos busca se tornar mais humano, no desejo de ter sentimentos, identidade e, eventualmente, mortalidade

O filme toca em temas profundos, como a busca pela identidade e a definição do que é ser humano. Em uma época em que a robótica ainda estava engatinhando, a ideia de uma máquina desejando se aproximar dos humanos soava poética. Hoje, passamos cada vez mais tempo interagindo com algoritmos e assistentes virtuais, aproximando a visão do filme da nossa realidade. 

Do futuro imaginado ao presente real 

Os filmes sobre robôs e inteligência artificial, além de nos entreter, são verdadeiros reflexos das aspirações e medos de cada geração. Enquanto Metropolis alertava para os perigos da industrialização, Blade Runner nos fez questionar a natureza da vida artificial e RoboCop antecipou discussões sobre segurança e tecnologia.  

Hoje, com os avanços da ciência e tecnologia, muitas dessas ideias se tornaram temas reais e urgentes. A ficção científica continua sendo uma poderosa lente para entendermos nossas próprias inovações, lembrando que o futuro imaginado há décadas já não é tão distante. 

Veja agora uma sugestão de um filme atual do gênero: