Descobertas recentes mostram que o lado oculto da Lua guarda segredos sobre sua história vulcânica e a formação lunar.
Se tem algo que sempre despertou a curiosidade humana, é o chamado “lado oculto” da Lua. Aquela face que nunca vemos e que por muito tempo foi cercada de mistério. Agora, com a missão chinesa Chang’e-6, temos algo muito mais fascinante do que suposições: a Lua esteve em atividade vulcânica por mais de 1,4 bilhão de anos.
Sim, isso mesmo! Essa descoberta do espaço coloca um ponto final em muitas dúvidas e abre novos caminhos para a ciência.
A missão Chang’e-6 foi mais do que um sucesso técnico. Ela trouxe para a Terra quase 2 quilos de amostras do solo lunar, diretamente do lado oculto. Pela primeira vez, pudemos estudar esse material em profundidade. E o que essas rochas e fragmentos de basalto nos contaram é impressionante.
Os cientistas descobriram que algumas dessas amostras têm 4,2 bilhões de anos, enquanto outras evidenciam erupções “mais jovens”, datadas de 2,8 bilhões de anos.
Por que o lado oculto é tão diferente?
Se você acha que a Lua é igual de todos os lados, está enganado. O lado que vemos da Terra é marcado por planícies escuras e suaves chamadas maria. Já o lado oculto é uma paisagem repleta de crateras, montanhas e, até pouco tempo, acreditava-se que não tivesse muita atividade vulcânica. Pois bem, estávamos errados.
Essas diferenças entre os dois hemisférios não são apenas visuais. A crosta do lado oculto é muito mais espessa, e as concentrações de elementos como tório (um elemento radioativo) são mais altas.
Esse desequilíbrio geológico sempre intrigou os cientistas. Agora, as amostras da Chang’e-6 ajudaram a revelar que o lado oculto também teve vulcões ativos, mas com um ciclo de vida completamente diferente do lado visível.
De acordo com o professor Yi-Gang Xu, que lidera as análises, essa descoberta é a peça que faltava para compreender as discrepâncias entre os dois lados da Lua. Afinal, cada hemisfério tem sua própria história de formação e evolução.
Veja mais sobre babados lunares:
O que isso significa para o futuro?
Além de satisfazer nossa curiosidade sobre o passado da Lua, esses dados são cruciais para missões futuras. A exploração do lado oculto continua em andamento, e não se trata apenas de entender nosso satélite natural, mas também de nos preparar para viagens mais longas no espaço.
É interessante pensar que tudo isso começou há décadas, com imagens rudimentares capturadas pela sonda soviética Luna 3, em 1959. Hoje, com tecnologia de ponta, como a da missão Chang’e-6, conseguimos até mesmo selfies de rovers no lado oculto da Lua.
Quem diria que o lado “escuro” um dia iluminaria tanto o conhecimento humano?
A Lua não é mais apenas inspiração para poesias e músicas. Ela se tornou um livro de história cósmica, e estamos finalmente aprendendo a lê-lo, página por página.
Acompanhe novidades da NASA no X:
Tweets by NASA