Quando se fala em herdar um legado, a expectativa é de continuidade. Mas nem sempre o filho brilha como o pai, o discípulo segue o mestre, ou o sucessor cumpre a promessa. A história do entretenimento está cheia de “herdeiros” que ficaram pelo caminho, e segue contando.
Mas convenhamos: o mundo do entretenimento adora encontrar o “novo” de alguma coisa, né. Quem será o novo Pelé? A nova Hebe? A nova Carla Perez? Essas perguntas são lançadas sempre que um novo talento surge, e o público embarca na ideia, cheio de expectativas. Muitas vezes, as comparações se tornam uma barreira difícil de superar, e o resultado é uma carreira marcada por promessas não cumpridas e tentativas frustradas de alcançar um patamar que não era o seu.
É por isso que hoje vamos revisitar cinco histórias de talentos que surgiram com a promessa de repetir o sucesso de grandes ícones em suas áreas, mas que acabaram ficando longe dos holofotes que os precederam. Não são herdeiros diretos, mas figuras a quem foram atribuídas as mesmas qualidades e carisma de seus predecessores
1. Neymar: o “novo Pelé” virou piada
Desde que Neymar surgiu como um jovem promissor no Santos, os holofotes se voltaram para o garoto da Vila. A mídia logo o alçou à categoria de “novo Pelé”, o jogador que traria de volta a glória à seleção brasileira. Neymar tem seu talento, é inegável. Dribla como poucos, tem habilidade rara, mas o peso de ser comparado a Pelé é um exagero.
Com o passar dos anos, o craque acabou se destacando mais pelas baixarias fora de campo do que pelas atuações em Copas do Mundo. Se Pelé tem três estrelas na camisa, Neymar rende uma infinidade de memes. O futebol do camisa 10 ainda é admirado, mas as atuações pela seleção nas grandes competições deixam sempre aquela sensação de “quase lá”.
Entre machucados, baladas e rolos fora de campo, o menino Ney pode até ter um dos maiores contratos do futebol mundial, mas o título de sucessor do rei nunca lhe caiu bem. O Neymar que a mídia vendeu se provou um personagem que a vida real não conseguiu bancar.
2. Lore Improtta: “Nova Carla Perez” virou Real Housewife de Salvador
Quem viveu o auge do “É o Tchan” nos anos 90 sabe o que era ser uma estrela da dança no Brasil. Carla Perez, com sua loirice icônica e seu rebolado, reinou como a maior dançarina da TV brasileira, tornando-se símbolo de toda uma geração. A TV, sempre esperta em tentar reciclar o sucesso, apontou Lore Improtta como a nova promessa da dança sensual.
Lore entrou na mídia como dançarina do grupo “Fit Dance” e logo ganhou fama pela sua habilidade (um tanto exagerada) nos palcos. A mídia logo abraçou a ideia de tê-la como uma “nova Carla Perez” para a era das redes sociais. Mas, diferente dos anos 90, quando uma dançarina podia se tornar um fenômeno nacional apenas por aparecer dançando no “Domingão do Faustão”, o jogo do entretenimento mudou. Sem falar que o que sobra em Carla, falta em Lore: o carisma e o gingado de centavos deixam o público mais interessado na sua rotina com o marido, o cantor Léo Santana, do que nos passos de dança.
Na prática, a carreira de Lore Improtta acabou se encaixando mais no estilo “real housewife from Salvador” do que na tentativa de ser a nova musa da dança brasileira. Ela brilha nas redes sociais, compartilhando o dia a dia luxuoso, as viagens, os desafios de ser mãe e esposa de um astro da música, e por aí vai. A missão de ser a nova Carla Perez nunca colou, e hoje o reality é outro: BravoTV, temos um talento aqui!
3. Dudu Camargo: “Mini Silvio Santos” num escândalo fedorento
Para ser o próximo Silvio Santos, é preciso ter um carisma fora do comum, um humor refinado e um tino comercial extraordinário. Mas aí apareceu Dudu Camargo, um jovem apresentador de telejornal, vendido como o herdeiro direto de Silvio. Com apenas 19 anos, Dudu estreou no “Primeiro Impacto”, jornalístico do SBT, e desde então não parou de causar controvérsias. Seu jeito peculiar de apresentar notícias sérias, misturado com danças inusitadas e uma fala exageradamente animada, deixou muita gente se perguntando se ele estava no programa certo.
Dudu foi promovido pela emissora como o “novo menino do Silvio”, mas a tentativa de repetir a fórmula de sucesso do dono do baú não deu muito certo. O que sobrou foram algumas situações bizarras em programas matutinos, um monte de controvérsias e um público confuso tentando entender como ele chegou ali. Dudu acabou demitido do SBT após uma polêmica escatológica nos camarins da emissora. Azar o dele, sorte nossa!
4. Tirulipa: filho de Tiririca, mas sem a graça do pai
Essa também sai das entranhas do SBT. O ditado “filho de peixe, peixinho é” não se aplica muito bem no caso de Tirulipa e Tiririca. Tiririca estourou na década de 90 com um humor peculiar, músicas de duplo sentido e uma linguagem que só ele conseguia usar.. Ele conseguiu ir do circo às telinhas e, depois, a uma absurda carreira política, um verdadeiro ícone do humor popular no Brasil. Já Tirulipa, seu filho, surgiu como o sucessor natural dessa veia humorística, com o peso da expectativa sobre seus ombros.
No entanto, a graça parece que ficou mesmo com o pai. Enquanto Tiririca conseguiu a façanha de conquistar o público de todas as idades, Tirulipa encontrou dificuldades para sair da zona de conforto dos vídeos de internet e das piadas mais fáceis.
Depois de puxar muito o saco de celebridades como Wesley Safadão e Gusttavo Lima, Tirulipa conseguiu um show para chamar de seu: O Circo de Tiru. A atração, que busca enaltecer a arte circense na TV aberta, lida com desafios na audiência, enquanto seu apresentador luta para mostrar alguma graça no ar.
5. Virginia: “Nova Hebe Camargo” tá mais pra rainha da Publi
Hebe Camargo, com seus cabelos loiros platinados e a inesquecível frase ” que gracinha!”, se tornou uma das maiores comunicadoras da TV brasileira. Sua autenticidade e carisma a tornaram um símbolo da TV nacional. Quando Virginia Fonseca despontou nas redes sociais, alguns chegaram a sugerir que ela seria uma nova “Hebe da era digital”. A comparação veio, talvez, mais pelo estilo de vida glamouroso e pelo cabelo loiro do que por qualquer semelhança real de talento ou de estilo.
Virginia conseguiu se consolidar como uma influenciadora de sucesso, acumulando milhões de seguidores e diversificando suas fontes de renda de cosméticos a chás milagrosos, mas a comparação com Hebe se tornou uma piada para qualquer pessoa que tenha visto a original em ação.
O que Virginia e Hebe têm em comum? Além do loiro e de um programa no SBT, quase nada. A rainha das entrevistas ficou imbatível, e sua suposta sucessora acabou reinando apenas entre os banners patrocinados. Seu show na TV mais parece um bololô de amigos sendo entrevistados, do que uma atração realmente bem feita. De entrevistadora icônica a rainha do AdSense, o que restou foi a percepção de que substituir uma Hebe Camargo é uma tarefa impossível.
Nem todo brilho é contagiante
A realidade é que nem sempre as grandes promessas do entretenimento vingam. O peso de substituir gigantes é demais para muitos, e a sombra da comparação costuma engolir aqueles que não conseguem criar sua própria luz. Seja no futebol, na TV ou na internet, esses “substitutos” acabaram por aprender que ser comparado a um ícone pode ser, no fim das contas, um presente de grego.
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